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O preço do barril de petróleo ultrapassou o limiar psicológico dos $50 dólares. Apesar das oscilações, a tendência é para aumentar. Este aumento é consequência de um conjunto complexo de factores, como a invasão e ocupação do Iraque, a instabilidade política e social em alguns grandes países produtores, as catástrofes naturais, o aumento da procura em países de grande dimensão demográfica e com forte crescimento económico e, também, a especulação. O FMI aponta para que um crescimento de $8/barril provocará uma queda de 0,5% no crescimento económico pelo que, mesmo que a intensidade do choque seja inferior ao das décadas de 70 e 80, os riscos para a economia mundial e para a sua apregoada retoma são enormes. Os primeiros sectores a sofrer esses aumentos no gasóleo, são os transportes, pesca e agricultura. Sectores, particularmente os últimos, que já se encontram em profunda crise. Donde, não só não devem existir, ou manter-se, restrições comunitárias à ajuda pública directa aos sectores afectados, como deveriam, ao nível da UE, tomar-se medidas e apoios concretos para minimizar o impacte socio-económico do aumento dos preços do petróleo. Contudo, a questão central é muito mais vasta e estrutural, e resulta da não resolução do problema da dependência energética da economia mundial de um recurso finito e motivo de especulação. |